domingo, 27 de dezembro de 2015

Duas belas músicas. Uma "canção e uma Aquarela" de Tutóia"

AQUARELA DE TUTÓIA - UMA DAS MAIS LINDAS LETRAS EM HOMENAGEM A CIDADE DE TUTÓIA

Autor:  Raimundo Nonato Freitas - Música

Minha terra pequenina

Nem parece uma cidade
Mais parece uma menina
Sem requinte e sem vaidade
Assim mesmo tão modesta
É tão lindo o pôr do sol
Nunca vi tanta seresta
Canta o mar canta a floresta
Canta o ventos nos coqueiros
Sabiá nos cajueiros
Nos canteiros rouxinol

Minha terra pequenina
Entre o verde manguezal
Sob a luz da lamparina
E o azul celestial
Cidadezinha praieira
Das cacimbas de beber
Dos quintais e capoeiras
Das salinas e caieiras
Dos frondosos coqueirais
Tantas coisas naturais
Impossível descrever

Minha terra pequenina
Sai da margem da maré
Ganha a margem da salina
Vai beirando o igarapé
Deixa a margem da favela
Vai-se embora pro sertão
Lá se vai uma donzela
Confeitando de aquarela
Neste mapa juvenil
Neste gigante Brasil
Nos confins do Maranhão

Minha terra pequenina (Estrofes). Monsenhor Hélio Maranhão
Taba dos teremembés
Bem juntinho da colina
O mar lhe beijando os pés
Cidadezinha esquecida
Distante da capital
Mairim dos índios mimosa
Foi depois Vila Viçosa
Hoje é bonita e jóia
Cidade nova Tutóia
Princesa do litoral

CANÇÃO DE TUTÓIA

CANÇÃO DE TUTÓIA

    Tutóia, berço de minha mocidade,
    Tutóia, meu céu tão lindo cor de anil,
    Tutóia, minha canção, minha saudade,
    Minha cidade, meu pedacinho do Brasil.

    Que eu deixei por entre os mares,
    E, não previ o que passei,
    Já conheci outros lugares
    Mas só Deus, sabe quanto chorei,
    Já conheci outros lugares, mas só Deus
    Sabe quanto chorei.

    Sinto saudades das colinas,
    Das serenatas ao luar,
    Das brincadeiras das meninas,
    Das praias ermas beijando o mar,
    Das brincadeiras das meninas
    Das praias ermas beijando o mar.

 Autor: Raimundo Nonato Freitas


Tutoia em Aquarela - em tons já um pouco desbotados...

Gabrielle Ramos


A canção mais entoada em Tutoia, talvez seja a Aquarela, bem mais conhecida até que o próprio hino da cidade. Nonato Freitas consegue como nenhum outro enlevar nossa cidade e despertar boas lembranças todas as vezes em que se ouve ou se canta a “Aquarela de Minha Terra”.
Com vocabulário simples, o poeta eternizou paisagens e alguns costumes de um tempo em que a lamparina era luxo e beber água de cacimba era para ser um hábito que cinquenta anos depois já deveria ter sido extinto.
Nonato Freitas  brilhantemente pinta em tons melancólicos uma Tutoia ainda virgem de modernidades e isolada à própria sorte, mas que o deixou tão apaixonado que mesmo conhecendo outros lugares e apreciando outros luares, Nonato Freitas nunca se esqueceu do berço de sua mocidade!
Pequenina esta terra já não é. Completando hoje 74 anos de emancipação política, possui todos os problemas que assolam as cidades em crescimento, sofrendo com administradores que parecem mais meninos, quando vêm brincando de governar há gerações.
Cidadezinha modesta também não é mais. E “ermas” não é um adjetivo que ainda caiba a suas praias tão visitadas. Talvez ainda sem requinte e sem vaidade, dada a quantidade de sujeira às suas margens, quando o verde do manguezal é aos poucos substituído pela cor do lixo. De tanta seresta as dunas já reclamam e o vento não cantando mais nos coqueiros, leva junto com a areia, os restos deixados: plásticos, papéis, camisinhas e outros detritos.
A Tutoia da Aquarela - isolada do mundo, simples e inocente - contrasta com uma outra Tutoia, já moderna e em conexão com o mundo (isso quando os telefones e a internet funcionam a contento), crescendo desordenadamente, com marcas de sofrimento e que parece não aprender com os erros.
Por outro lado, esse pedacinho do Brasil até merece toda a riqueza natural que tem, mas está se desfazendo do seu maior presente todos os dias, quando não cuida, quando não pensa, quando se deixa comprar, quando se engana e não encara seus problemas.
Vinte e nove de março é um dia de homenagens e o saudosismo de Nonato Freitas deixa o gosto de uma Tutoia que convida a brincar de canoinha nas dunas e apreciar o por do sol. Um saudosismo que deixa o gosto do peixe assado na boca, que se delicia com um camarãozinho fresco só “torrado”! Todo esse romantismo idealiza uma Tutoia que apesar dos problemas ainda consegue marcar a memória dos que a visitam. Não há como não se apaixonar por esta terra. Não há como não desejar o vento no rosto, a serenata ao luar, o caranguejo, o por do sol, as praias beijando o mar!
Tela pintada por Nonato Freitas em 1968. Encontra-se sob a guarda da sua prima,  Maria das Dores Silva (D. Dadá), em Tutoia. Retrata a rua José Paulino, as duas casinhas no fundo são onde moram hoje as famílias  de Manoel Zuzu (in memoria), Chagas Zuzu (in memoria) e  a casa no primeiro plano pertenceu seu tio, Leocádio Pereira da Silva, o Sr. Zuzu (in memoria).

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